terça-feira, julho 19, 2011

17º Super Bock Super Rock (15/07/11)

O segundo dia provou ser o melhor de todo o festival. No final abandonei o recinto com uma enorme sensação de satisfação. Agora sim valeu a pena vir.

O dia começou com Noiserv. Já assisti a vários concertos deste artista que gosto muito. Sem dúvida um dos nomes que tem mais sobressaído na música portuguesa da actualidade.
Noiserv tem tudo para fazer um grande concerto num ambiente mais intimista, agora num festival a tarefa podia ser injusta. Não foi o caso, o concerto correu muito bem e foi uma bela maneira de ir recebendo todos os que chegavam. Hoje esperavam-se ainda mais pessoas, afinal esgotou.
Diana Mascarenhas acompanhou-o mais uma vez com os seus desenhos.
É evidente que é um concerto que ganha mais num espaço menor, mas isso não impede de ter resultado e resultou muito bem.



A seguir veio Rodrigo Leão. Novamente um concerto menos festivaleiro. Vi-o pela terceira vez e verdade seja dita nunca nenhum bateu o espectáculo que foi o concerto na torre de Belém que curiosamente contou com Beth Gibbons ao contrário deste. Sim foi um balde de água fria Gibbons não subir ao palco ou a Sónia Tavares.
Claro que isso não invalida a qualidade deste projecto musical que é muita. Rodrigo Leão brindou-nos com excelentes canções, mas talvez por ser, como disse acima, um concerto menos festivaleiro, não foi daqueles que nos marcou nesta noite. Mas ver Rodrigo Leão vale sempre a pena, sempre.



Até agora ainda não pus os pés no outro palco. Neste momento até era a altura ideal pois The Legendary Tiger Man iria actuar. Mas após The Gift entra Portishead e quem esteve por lá sabe que com aquele mar de gente a corrida entre palcos era uma aventura.
Eu gosto de The Gift e assisto aos seus concertos de bom grado mas algo que não captei aconteceu a dada altura nestes últimos anos. Toda a gente odeia os Gift. Só ouvia palavras de ódio neste dia e sei que o sentimento não é recente mas não me lembro da sua existência no início. Alguém sabe quando isto mudou?
Algo curioso, Gift precede Portishead e Arcade Fire, ou seja, as bandas que influenciam os primeiros discos e o último, respectivamente.
Foi um bom concerto com muita cor (como a nova imagem pede) e com uma Sónia Tavares e um Nuno Gonçalves em grande êxtase, principalmente este último como tem sido cada vez mais habitual. De salientar dois momentos altos, a Enjoy the Silence metida no meio de outra canção e a explosão de confetis no final.



Chegou finalmente a vez de uma das bandas mais esperadas do festival, os Portishead. E diga-se de passagem deram um concerto lindíssimo. Porque continuam iguais a si próprios e porque a voz de Gibbons arrepia igualmente hoje como no início. Era como se os anos nunca tivessem passado.
Foi dos concertos que teve melhor som, algo também a salientar. Apesar de no final da Machine Gun aqueles graves quase me fizeram entrar em arritmia cardíaca (estava bem próximo da coluna).
Estivemos perante um dos melhores concertos do festival que juntamente com o próximo está no meu top 3 do mesmo.



Depois do cancelamente no Atlântico por causa da cimeira da Nato, facto que teve direito a uma brincadeira por parte de Win Butler, os fãs estavam mais do que sedentos por um concerto de uma das maiores bandas dos últimos anos. O resultado foi no mínimo memorável.
É verdade que o som não foi perfeito, não se ouviam os violinos e infelizmente pelo que tenho lido são problemas que têm sido constantes na digressão da banda. Uma banda como os Arcade Fire com tantos instrumentos precisa corrigir isso para brilharem em todo o seu esplendor e glória.
Felizmente o concerto não deixou de ser majestoso. O leque de canções escolhidas foi muito bom, a química entre a banda e o público monstruosa. Arrisco-me a dizer que a maior de todo o festival. Há bandas que quando elogiam o nosso público eu acredito nas suas palavras e os Arcade Fire foram uma delas. Posso estar enganado mas acho que é impossível não ter visto a emoção genuína nos olhos de Win Butler.
Neste concerto não houve momentos altos, houve UM momento alto que se propagou durante o concerto todo e isso é dizer tudo.




No final ainda fui assistir a um pouco de Chromeo. De onde estava via mal o concerto e apenas fiquei a admirar o som. Diz quem viu que foi muito divertido e um dos melhores também.

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