sexta-feira, dezembro 28, 2012

The amazing Spider-Man #700



Com o final do ano, chega também ao fim a série "The Amazing Spider-Man" neste 700º número.
Após a grande reviravolta revelada no #698, o caminho a seguir tornou-se óbvio, mas não menos doloroso por isso. É assim que nos despedimos de "The Amazing Spider-Man" para receber o #1 do título que o irá substituir "The Superior Spider-Man" que para quem não está a par será um novo Aranha e não Peter Parker.

Não sei se este dará nas notícias, mas é um marco a assinalar, o final de um comic clássico, justamente no ano em que Parker comemora 50 anos. A capa é também ela muitíssimo boa.

Não é um adeus, antes um até um outro dia Peter.

quarta-feira, dezembro 26, 2012

Cloud Atlas


Um projecto muito ambicioso esta adaptação do livro de David Mitchell, que segundo o autor se tratava de uma obra infilmável. Não é a primeira afirmação do género, não será a última.

É um filme que tal como a sua história tenta ser maior do que a vida, segundo a qual todos estamos ligados ao longo do espaço e do tempo, porque as nossas acções terão repercussões no futuro, sendo também elas repercussões do passado.


A início quando nos mostram segmentos de múltiplas histórias, Timothy Cavendish (Jim Broadbent) - personagem de uma delas - garante-nos que existe um "método em toda esta loucura". De facto ele tem razão, aquilo que prometia ser uma viagem atribulada, rapidamente se percebe que está muito bem orquestrada, conseguindo com que todas as narrativas fluam umas entre as outras, com uma leveza e simplicidade magistral. É um trabalho, a nível de edição, nada menos que excepcional.

Excelente trabalho, também, do elenco que se desdobra em inúmeras personagens, todas elas ligadas entre si. As várias histórias narradas decorrem todas em diferentes locais e tempos, mas há medida que avançamos nelas, é cada vez mais notório os múltiplos "fios" que as ligam. Poderá uma amizade entre um advogado e um escravo em meados do século XIX ter tido consequências revolucionárias, não apenas na sua época, mas num futuro muito distante e ditatorial? Poderá um monstro tornar-se um herói? ou estará condenado à sua condição? O amor eterno existe quebrando as barreiras do tempo e espaço? Estas são algumas das questões que podemos colocar ao filme e que ele prontamente nos responde, pois "Cloud Atlas" é uma história onde a morte é abordada como apenas uma porta que se fecha, para logo em seguida, outra se abrir.

Aparte isto, as próprias histórias são de géneros diferentes, misturando num filme, comédia, conspiração, ficção cientifica e drama histórico, entre outras. Tudo numa grande panela cinematográfica que resulta num prato especial e inesquecível.

O trabalho de caracterização, ponto essencial nesta abordagem, é notável, ainda que por vezes seja como a coca-cola (primeiro estranha-se...). Em relação a esta última parte, falo obviamente nas alterações étnicas das personagens, sem dúvida a parte da caracterização mais complicada, mas que fez todo o sentido nesta narrativa e que por isso mais do que se aceita.

Neste filme temos duas equipas de realização encabeçadas de um lado por Tom Tykwer (Lola Rennt) e do outro pelos irmãos Wachowski (Matrix), onde cada equipa ficou responsável pela realização de determinadas histórias, e cuja separação nunca distingui ao longo do filme.

Goste-se ou não, é claro ao longo do filme que estamos perante um trabalho fruto de uma enorme paixão pela obra de Mitchell. Paixão essa incrivelmente contagiante se estivermos dispostos a deixarmos-nos levar por ela.

segunda-feira, dezembro 24, 2012

sábado, dezembro 22, 2012

30 anos de AKIRA


"Akira" é muito especial para mim, foi das primeiras BDs que mais me fascinou. Com muita sorte ofereceram-me o primeiro volume ainda em miúdo e foi paixão à primeira leitura. Paixão essa que se mantém até hoje.

Ao passar pelo Leituras do Pedro, descobri que hoje a série comemora 30 anos e não podia deixar passar a data despercebida.

Um muito obrigado a Katsuhiro Otomo, e muitos parabéns a Kaneda e companhia.

sexta-feira, dezembro 21, 2012

Guerra e Paz


"Os mais fortes de todos os guerreiros são estes dois — Tempo e Paciência."

Diz Kutúzov, a dada altura, enquanto comandante-em-chefe do exército Russo. Tempo e paciência foram guerreiros formidáveis neste confronto, algo que Kutúzov sabia bem, mas que, na altura, não lhe foi devidamente reconhecido. Podia dizer que foi graças a isto que a Rússia expulsou a França das suas fronteiras, mas estaria a cair no mesmo erro dos historiadores criticados por Tolstói. Há uma série de causas que geram uma série de efeitos, e nunca vi uma análise tão detalhada e pensativa sobre este assunto como nesta obra, mas vamos por partes.

O que é "Guerra e Paz"? Um romance? Um épico, por excelência? ou uma crónica histórica? A resposta não é nenhuma, mas antes todas. A resposta encontra-se na união dos géneros mencionados (e ainda há outro), que juntos resultaram em uma das peças da literatura mais grandiosas que alguma vez li. Uma afirmação que ganha mais força (ou perde), quantos mais livros se lêem e aqui ao ser proferida por mim não lhe faz a devida justiça, o tempo mo dirá. O termo grandioso não é escolhido ao acaso, aparte do óbvio tamanho,"Guerra e Paz" é-o em todos os sentidos que a palavra "grandioso" pode assumir - quando falamos de literatura. Ora vejamos:


  1. Neste livro Tolstói conta-nos a história do povo Russo durante as invasões napoleónicas, alternando entre a vida na sociedade aristocrática e a vida durante as várias campanhas de guerra. Na edição da Presença (dividida em 4 volumes), salientam que Paz não foi a escolha mais correcta em termos de tradução, que sociedade assentaria melhor, mas nunca encontrei nada que corroborasse esta afirmação, até porque Tolstói se baseou no título "La Guerre et la Paix" de Pierre-Joseph Proudhon. De qualquer das maneiras, hoje, seria sempre difícil imaginar outro título que não este.

    O autor criou personagens fictícias para romancear esta história, utilizando cinco famílias aristocráticas (os Bezukhovs, os Bolkonskys, os Drubetskoys, os Kuragins e os Rostovs) para nos descrever a vida na Rússia durante os tempos de 1805-1813. É a partir delas que temos uma visão ampla e consistente da vida daquela sociedade durante esta época de grande tensão militar. São muitos anos aqueles em que acompanhamos estas personagens, em que assistimos ao seu crescimento, conhecendo aquilo que temeram e enfrentaram, ou o que amaram e protegeram. No final, não são as mesmas personagens que conhecemos no início, e toda esta construção de personalidade é feita de forma sublime.
  2. Por outro lado, o autor também elaborou uma severa pesquisa sobre a época para retratar o melhor possível os acontecimentos. O autor recorreu a vários livros de história, filosofia, e a vários documentos da altura, tais como entrevistas. Várias personagens do livro foram personalidades históricas e o cuidado que o autor teve nos seus discursos é notável e impressionante."Guerra e Paz" é portanto um grande trabalho tanto a nível de ficção como também, documental e onde a linha que separa estes dois géneros se torna mais ténue do que nunca.
  3. Na altura em que foi escrito, Tolstói quebrou as regras da literatura, como só os génios o souberam fazer. Enquanto narrador, tanto nos conta a histórias destas personagens, como se dirige a nós a fim de abordar o significado destes acontecimentos, procurando razões e justificações para os mesmos.

    Tolstói faz uma aprofundada reflexão sobre a história enquanto disciplina e desmistifica por completo o mito de Napoleão, ou antes, o mito do herói genial e causador dos eventos. É o homem que faz a história ou a história que faz o homem? Essa eterna questão ainda hoje discutida e que encontra aqui um dos temas mais controversos na obra do autor.

    Uma coisa parece certa, Tolstói foi pioneiro no que toca à análise histórica também. A fim de justificar a sua ideia de provar o caminho errado que seguiam os vários tipos de historiadores na altura, o autor recorre muitas vezes a comparações com outro tipo de ciências que nada têm a ver com a abordagem da história, mas cujos paralelismos têm lógica.

    Nas palavras do próprio a melhor literatura russa não se conforma às regras convencionais. E agora podemos ainda acrescentar o género filosófico aos mencionados acima, porque "Guerra e Paz" é também uma profunda reflexão sobre o Homem e sobre o seu conceito de libertade vs necessidade: "(...) é indispensável, do mesmo modo, renunciar à liberdade de que temos consciência e admitir a dependência que não sentimos."
  4. Por fim, mas não por isso menos importante, temos a qualidade da escrita. Não temos grande literatura se não tivermos um grande escritor, podemos ter grandes histórias, mas não é só a história que faz o livro, a forma como se a conta também.

    Gostei particularmente do seu uso da metáfora, desde a comparação do funcionamento de um exército, ao funcionamento de um relógio; passando pela comparação do funcionamento de Moscovo, com o funcionamento de uma colmeia. As suas escolhas sempre certeiras e tão bem descritas.

    Tolstói tem também uma escrita muito visual, arrisco-me a dizer, que em determinados momentos, é cinematográfica. As personagens, como já referi, são extremamente bem construídas e chegam a ser tão reais que quase lhes conseguimos tocar. Se "The Wire" foi a série mais realista que vi em termos policiais, este foi o romance -e chamar-lhe isto é ficar aquém - com o mais forte realismo que li sobre uma época histórica. Os raciocínios do autor, quando o narrador assume um papel ainda mais "divino", são também muito bem expostos e desenvolvidos, é como se a dada altura fizéssemos uma pausa na história para discutir os assuntos. Nunca li nada assim.
"Guerra e Paz" é em todo o sentido da palavra, uma obra ímpar, digo até uma obra-prima. O jornalista Isaak Babel disse que "se o mundo escrevesse por si próprio, escreveria como Tostói".


E se o mundo realmente terminasse hoje, não só ficaria contente por ter terminado o livro a tempo, como também por o meu último post recair sobre a obra de um daqueles que é considerado um nome maior da literatura - e que começo a compreender porquê - Lev Tolstói.

quinta-feira, dezembro 20, 2012

The Graduate


"The Graduate" trata-se da famosa adaptação cinematográfica do romance, com o mesmo nome, de Charles Webb. Realizado por Mike Nichols, conta com Dustin Hoffman no papel principal e Anne Bancroft como a fatal Mrs. Robinson.

A banda sonora de Dave Grusin e do duo "Simon & Garfunkel" é, também, uma das imagens de marca do filme, quem não ouve a canção Mrs. Robinson e se lembra de Anne Bancroft? Quem não vê aquele início a mostrar-nos o regresso de Benjamin Braddock (Dustin Hoffman) ao som de "Sound of Silence" e não treme perante as palavras e melodia de Simon?

O filme incide sobre Benjamin Braddock, um jovem de carreira promissora que regressa a casa após se ter formado com distinção. É notório na festa que os pais lhe organizam, que Benjamin não se encontra de todo confortável na sua situação, tentando a custo fugir aos seus convidados. Esta fragilidade emocional em que se encontra é aproveitada pela esposa do sócio do seu pai, uma mulher que conhece desde sempre, Mrs. Robinson.

Ao contrário de Benjamin, Mrs. Robinson sabe como tecer a sua teia, sabe prever os movimentos do jovem - e ainda inocente - Benjamin. O rapaz nunca teve hipóteses. A partir daqui Benjamin passa o Verão a flutuar sobre a sua vida, passando os dias na piscina e as noites ao lado de Mrs. Robinson.



Benjamin é agora, certamente, um homem diferente daquele que nos mostraram ao início, mas que continua igualmente, ou até mais, perdido. Contudo, tudo muda quando é forçado a sair com Elaine, a filha do casal Robinson que regressa a casa de férias. Não deve haver pior triângulo amoroso que este, porque há coisas que pura e simplesmente não devem misturar-se.

É uma história forte e apaixonante, sobre a perda da juventude e em como esta pode ser seduzida e manipulada, conduzindo à sua própria destruição. A fragilidade de Benjamin, bem como a sua posterior decadência são muito bem desenvolvidas por Hoffman, sentimos os seus temores bem como a loucura da sua paixão. Gosto muito de Hoffman que tem um currículo invejável enquanto actor e onde "The Graduate" é um dos vários filmes responsável por isso.

Quero apenas mencionar, para concluir, que o final do filme é arrebatador, não só a cena que precede os créditos, mas toda a sequência que conduz a esse instante, são cerca de 15 minutos de pura emoção e delírio. Quanto à última cena em si, aquele momento final antes do fechar da cortina, mostra-nos um olhar que carrega um forte peso, o peso do futuro. Tal ideia fez-me recordar aquele último olhar de Antoine Doinel (Jean-Pierre Léaud) em "Les Quatre Cents Coups" de François Truffaut, um olhar que parece querer dizer-nos: e agora?

quarta-feira, dezembro 19, 2012

To The Wonder - Trailer



...ou "Tree of Life: Chapter 2 - Love".

Cyril Pedrosa - Portugal

Durante o festival da Amadora, aproveitei a presença do autor Cyril Pedrosa para ter o álbum "Portugal" autografado, do qual falei uns posts abaixo. Para mim um dos livros do ano a ser editado por cá. Porque nunca é demais lembrá-lo aproveito para deixar o desenho aqui. Um autor muito simpático e talentoso, onde curiosamente acabámos a falar de mangá (pensei que a foto tinha saído melhor, mas até gostei do efeito, talvez a substitua quando estiver novamente ao pé do livro).


Não tenho falado de "Três Sombras" porque ainda não possuo o livro, também de Pedrosa e também editado na mesma altura pela Polvo. A escolha sobre "Portugal" recaiu pelo preço em questão, teve um desconto de festival muito considerável. Mas, pelo que dizem "Três Sombras" é um livro extremamente poderoso e do qual falarei sem falta no próximo ano. Se o mundo não acabar claro.

terça-feira, dezembro 18, 2012

7


Sete é dos números com uma simbologia mais forte, é a união entre o divino (três) e o terreno (quatro), é associado à criação, à totalidade.

É um número forte na religião, seja nos sete dons do espírito santo dados no baptismo ou num pólo mais oposto, os sete pecados mortais.

Matematicamente falando, é o 4º número primo. A soma das faces opostas de um dado é também sempre sete.

Sete é também hoje o aniversário deste blog. Sete anos se passaram e muita coisa mudou, estranho seria o contrário. Comecei isto com a Cube, o Bug e o Lamy (que criou o blog), quando surgiu a vontade de me aventurar nestas andanças nunca o quis fazer sozinho e mesmo que a participação dos três membros tenha sido a roçar o inexisteinte, a verdade é que se não aceitassem o convite, provavelmente isto surgiria muito mais tarde.

Nunca soube muito bem o que fazer no espaço, acabou por ir encontrando o seu caminho e tornando-se uma espécie de diário cultural, ainda que, infelizmente, não tenha tempo nem paciência de falar de tudo aquilo que vou conhecendo.

Espero que ao menos tenha melhorado a escrever sobre os assuntos, até tenho receio de ir ler os primeiros textos.

Obrigado a todos os que vão passando por aqui, principalmente aqueles com quem vai havendo uma troca de ideias por esta net fora.


sexta-feira, dezembro 14, 2012

L'Opéra du Bout du Monde


Na altura do DocLisboa acabei por ir espreitar este "L'Opéra du Bout du Monde", que me suscitou interesse por duas razões. Primeiro porque se conta a história dos primeiros colonos das ilhas do Oceano Índico, através de uma equipa que se encontra a ensaiar a ópera "Maraina", acompanhando-os nas suas viagens entre Reunião, Madagáscar e Paris.

A segunda razão é por ter uma ópera como utensílio para contar a história. "Maraina" foi escrita por alguém natural da Reunião e trata-se da primeira ópera criada nesta região, que conta a história desta terra quando dez malgaxes e dois franceses desembarcaram na Reunião em meados do século XVII.

Foi um bom documentário, mas que ainda podia ter ido mais longe. As viagens entre as diferentes localizações foram pouco focadas e podia-se ter dado mais destaque à Ópera em si, mostrando-nos um pouco mais deste espectáculo, que como o título diz, nasceu no "fim do mundo".

Isto fez-me recordar o documentário "Fig Trees" quese trata de um domentário que usa Ópera para contar várias histórias relacionadas com a SIDA entre as quais a de Zackie Achmat um homem notável que se recusou a tomar a medicação enquanto esta não estivesse disponível para todos os Sul-Africanos. Um documentário totalmente distinto e original, que nunca é demais relembrar.

quarta-feira, dezembro 12, 2012

WTF Collective

Gosto muito do humor do Jon Lajoie e penso que nunca o salientei por aqui, está na altura de mudar isso.

Lajoie é um humorista canadiano que desde 2007 tem colocado vários vídeos seus na internet. Uma das suas imagens de marca são as canções que compõe com letras hilariantes, há semelhança de uns Lonely Island. O seu humor pode ser negro, mordaz e politicamente incorrecto, não é para os mais sensíveis. Lembro-me por exemplo dos seus óculos de violador e barba de pedófilo.

Tem participado como actor na série de TV "The League" que tenho vindo a comentar no "TVDependente". A sua personagem, o Taco, é excepcional. Mas, para mais e melhores informações sobre este comediante consultem o seu site oficial aqui.

Para divulgar aqui escolhi a série de vídeos dos WTF Collective que consistem em três canções de hip-hop ao bom estilo de uns Wu-Tang Clan. A diferença é que todos os MC's dos WTF Collective - e que são mesmo muitos - são o Jon Lajoie. São três canções muito bem escritas, grandes paródias e cheias de múltiplas referências. O último vídeo em particular é o mais puxado (fica o aviso) e há uma história que os vídeos seguem, por isso devem ver-se por ordem.

A dada altura (na segunda faixa) é mencionado um cantor que compôs uma canção politicamente incorrecta sobre o Michael Jackson após a sua morte. Esse cantor em questão também é o Jon Lajoie pois claro.







terça-feira, dezembro 11, 2012

Man of Steel - Trailer II



Esta canção remete-nos imediatamente para o filme "O Gladiador", que com a presença de Russel Crowe no filme é uma sensação que ganha ainda mais convicção. Esta sensação faz todo o sentido uma vez que a canção é da autoria de Lisa Gerrard e Patrick Cassidy - se a quiserem conhecer inteira cliquem aqui. Como Gerrard havia trabalhado com Hans Zimmer na banda sonora do Gladiador (que é excepcional) ao ouvir a sua voz a lembrança surge naturalmente. Um tom certamente diferente daquele que estamos habituados nesta personagem, mas que parece funcionar muito bem. Ainda assim acho que era de valor meterem no filme isto.

De resto temos um pouco de tudo, cenas da infância, de um Clark Kent em busca de respostas, da sua introdução ao mundo e conflitos que aí virão. Parece-me ser seguro dizer que o filme irá enveredar muito pela forma como o Superman será recebido na Terra, algo que tem vindo a ser bem vincado por Grant Morrison no "Action Comics" dos novos 52 da DC.

Gostei.

domingo, dezembro 09, 2012

Wonderbook™ | O novo brinquedo da Sony Playstation


O Wonderbook™ é o mais recente produto saído das mentes da Sony Playstation, cujo objectivo é criar uma fusão entre o mundo dos livros e dos videojogos, com o intuito de trazer algo diferente e único. Através do uso da tecnologia da realidade aumentada o Wonderbook será o veículo para as mais variadas aventuras, que poderão ser tantas quantos os jogos criados para esta plataforma.

Para ler mais sobre este novo produto é só dar um salto até ao site da "Rua de Baixo" clicando aqui.

Foi a primeira vez que fiz algo do género. Estive na sede da Sony onde me apresentaram o jogo e onde experimentei uma demo. Foi uma experiência diferente e interessante, talvez a repetir um dia.



sexta-feira, dezembro 07, 2012

Portugal


Este ano de 2012 tem sido prolífico para a BD em Portugal. Prova disso foram as edições de, não um, mas dois livros de Cyril Pedrosa: “Três Sombras”, editado pela Polvo e este “Portugal”, pela ASA. Ambos os livros foram lançados durante (ou próximos) do Festival da Amadora, aproveitando, muito bem, a presença do autor em solo nacional.

Ao analisar tanto o título do livro como o apelido do autor, chega-se rapidamente à conclusão que devemos estar perante um luso-descendente. E assim o é. Os avós de Pedrosa fazem parte da geração de emigrantes portugueses dos anos 30 que se deslocaram em abundância para França. Na capa surge-nos um belíssimo retrato do bairro alto, onde uma horta e roupas estendidas nas varandas dificilmente deixam margem para dúvidas. Estamos em Portugal, estamos em casa.

Mesmo que “Portugal” não o seja na sua totalidade, tem claros elementos autobiográficos. Trata-se assim de uma história onde a realidade e a ficção se misturam, nunca nos revelando onde termina uma e começa a outra. O livro encontra-se dividido em três capítulos, que se estendem ao longo de três gerações: segundo o filho (Simon), segundo o pai (Jean) e, por fim, segundo o avô (Abel). Apesar da ênfase dada em cada capítulo a cada uma das personagens que lhe dá nome, a história desenrola-se em torno do filho, o protagonista.

No primeiro capítulo é-nos apresentado Simon, um autor francês de BD, mas neto de emigrantes portugueses. Curiosamente, estamos perante dois aspectos intrínsecos da sua vida, mas que, de momento, se encontram ambos tão distantes do mesmo. Neste momento, Simon encontra-se um pouco “perdido” na sua vida, algo distante tanto a nível amoroso como profissional. O seu relacionamento com Claire parece seguir num determinado caminho, enquanto ele se mantém imóvel no mesmo local. Em relação à BD existe também um afastamento, mais consciente, da sua parte. Um afastamento amargurado, que espelha um certo descontentamento e até vazio com este processo de criação.


No que toca às suas raízes, Portugal é uma terra à qual não regressa desde criança e que por consequência foi caindo no esquecimento. Fruto, também, de uma família que se foi dispersando com o tempo e de um pai que pouco ou nada partilhou sobre as suas origens.

Contudo, já lá dizia o ditado, se” Maomé não vai à montanha, a montanha vai a Maomé”. E tudo está prestes a mudar na vida de Simon, graças a um convite para um festival de BD em Portugal – numa clara alusão ao Salão Internacional “Sobreda-BD” organizado pelo GBS (Grupo Bedéfilo Sobredense) à qual o autor atendeu em 2006. Esta curta passagem por terras lusas teve um efeito de grande comunhão entre o autor e o país, tornando um eventual regresso em algo indispensável.

Quando Simon regressa a França decide ir, juntamente com o seu pai, Jean, até Borgonha para o casamento de uma prima. Uma escolha que, possivelmente, se tornou mais apelativa após a sua passagem por Portugal. Neste segundo capítulo, Simon volta a estar em maior contacto com o seu pai e respectivos tios. É um daqueles grandes momentos familiares que, por ser tão esporádico, acaba por ter sempre uma intensidade imensa. Tanto a viagem a Portugal como este reencontro familiar levam Simon a partir numa viagem de regresso ao nosso país – desta vez à terra do seu avô Abel – Marinha da Costa -, em busca da sua história, das suas raízes e, acima de tudo, da sua própria identidade.

A nível gráfico, “Portugal” é uma verdadeira ode ao desenho. Os esboços de Pedrosa dão uma vida singular e sonhadora a este maravilhoso conto, cuja aura tão pessoal e genuína o tornam singular. O autor desenhou e pintou de forma distinta cada capítulo, a fim de dotá-los de um tom muito particular.


Para o primeiro e terceiro capítulo, o autor pintou as pranchas a aguarela. No primeiro utilizando maioritariamente uma só cor, mais aguada e privilegiando um tom escuro a fim de evocar uma certa melancolia que está inerente à história. Já nas cenas passadas em Portugal as cores são mais variadas e quentes, que resultam num desabrochar da história e de Simon também.

No capítulo segundo o seu pai, e ao contrário dos outros dois, o traço do autor é claramente mais forte, a evocar um traço mais sério. É o capítulo mais distinto em termos gráficos, nem que seja pelo facto de a própria coloração não ser em aguarela como nos restantes.

É, sem qualquer dúvida, um dos melhores livros de BD editados este ano e, a sua aquisição, torna-se obrigatória para qualquer apaixonado desta arte.



Publicado originalmente no site da Rua de Baixo

quinta-feira, dezembro 06, 2012

Ministry





E de repente lembrei-me que já não ouvia isto há demasiado tempo.

segunda-feira, dezembro 03, 2012


Actualmente tenho reparado em algumas críticas negativas, sobre a humanização dos super-heróis no Cinema. Sinceramente não sei se preferem as personagens perfeitas e imaculadas criadas nos primórdios deste tipo de BD.

Não deixa de ser curioso que na BD a crítica parece-me ser oposta, os leitores receberam muito bem essa humanização dos super-heróis quando surgiu, abraçaram os falhanços, temores, e defeitos das personagens. Abraçaram tudo que vem inerente à condição. Porque não somos deuses, nem mesmo os heróis.
 
Com isto não quero dizer que todos os heróis são iguais, o Iron Man não é o Batman, não tem de ter o tom negro do segundo e isso sim acho que é a moda do Cinema actual em relação aos super-heróis. O tom negro e de queda, provavelmente em voga graças aos Batman's de Nolan. Ainda nos podemos e devemos divertir a ver um filme de super-heróis, porque há personagens para todos os gostos, uma diversidade abundante, e no fundo, venha o que vier, que seja bom, que isso é que importa.

E que a imagem está bonita, lá isso está.

quinta-feira, novembro 29, 2012

Exposição João Rodrigues na Baixa Chiado PT Bluestation

Depois de ter mostrado algumas imagens referentes à exposição da Zona, venho mostrar um pouco da exposição do João Rodrigues que ocorreu na passada Segunda-feira.

Não se esqueçam, se gostarem, conheçam mais do seu trabalho aqui.
E em entrevista na RDB aqui.



Hulk: Tempest Fugit


O livro desta colecção dedicado ao Hulk, incide sobre um dos autores mais influentes desta personagem, Peter David.

David trabalhou muito a personagem a nível da sua psique, desenvolvendo o facto de o Hulk já existir na mente de Bruce Banner muito antes do acidente nuclear que sofreu e porventura o libertou. Banner teve uma infância problemática, vítima de um pai lunático, o que poderá ter contribuído para o desenvolvimento de múltiplas personalidades na mente do futuro cientista. O autor pega nesta ideia e acaba por juntar tanto o Hulk Cinzento como o Verde, dentro da mente do protagonista.

Caso não saibam o primeiro Hulk a surgir, da autoria de Stan Lee e Jack Kirby (Kirby sempre em grande), era de tonalidade cinzenta e só emergia ao cair da noite. Problemas com a coloração da personagem levaram a alteração para o verde, mas esta não seria a única alteração, também a transformação se tornou mais independente das condições do dia, ficado directamente ligada às emoções de Banner. O Hulk verde é também retratado como mentalmente mais infantil e imaturo que o Hulk cinzento. Claro que o que tem menos em perspicácia mental compensa com força bruta. O Hulk verde é que é aquele que se tornou, com o tempo, uma das personagens mais poderosas da Marvel, cuja força física, aparentemente, não tem limites.


Peter David em vez de esquecer o Hulk cinzento usou-o juntamente com o verde, tudo numa grande mistura de personalidades a conviver com Bruce Banner. Uma participação dos Hulk's, que após a dose massiva de radiação gama que recebeu, se tornou muito mais física.

A história principal do volume é "Tempest Fugit" - inspirado na peça Tempest de Shakespeare - um regresso de Peter David à série do Hulk e onde se volta a explorar o que foi já mencionado. Desta vez o Hulk encontra-se numa ilha onde surgem os seus mais variados inimigos. Mas, algo não está bem, é como se tudo se tratasse de uma ilusão, como se alguém estivesse a manipular o herói, mas quem? e com que intenção? Ao mesmo tempo que esta narrativa se desenvolve vamos conhecendo um pouco mais do passado de Banner e da influência que o Hulk já exercia nele na altura.

Não sou um grande conhecedor desta personagem, muito menos dos seus vilões. Tenho uma vaga ideia deste, mas pouco mais. A história é misteriosa e serviu para mudar algumas coisas do passado da personagem, revelando que tais acontecimentos não passaram de ilusões. Os desenhos são de Lee Weeks e assentam como uma luva nesta história misteriosa, graças também ao bom trabalho de coloração que esteve a cargo do Studio F. Numa pesquisa pelo site da Marvel encontrei os nomes de June Chung e Edgar Delgado associados à coloração do livro, talvez membros deste Studio F na altura. O traço de Weeks e principalmente a cor separam muito bem o estilo dos flashbacks de Banner com o da narrativa actual, e dotam o livro do tom negro e esquizofrénico que precisa.




O resto do volume é composto por mais três histórias publicadas no ano de 1990 e também da autoria de Peter David que são: Incredible Hulk #369, #372, #373.
São boas histórias da personagem, e nestas David joga não com duas, mas com três pessoas a viverem na cabeça de Banner, aqui o papel do Hulk cinzento é muito mais explorado. No desenho temos Dale Keown que me faz viajar no tempo, um traço que evoca tantas recordações da BD dos anos 80/90.

Neste sentido este volume foca-se bastante num autor e numa temática escolhendo boas histórias para o fazer. O problema é que apenas três sabem a pouco, apetecia-me continuar por ali fora a seguir as aventuras do gigante verde, até porque no final do #373 apenas parte da aventura foi concluída. Mas, sempre é melhor ter o "Tempest Fugit" + 3 histórias, do que só o"Tempest Fugit", como seria normal numa qualquer edição americana.

terça-feira, novembro 27, 2012

O Programa do Aleixo


Felizmente o "Programa do Aleixo" voltou. Este regresso já se pedia há muito.
Se quiserem falar sobre o programa vou comentá-lo todas as semanas no TVDependente.
Estou um pouco atrasado, mas conto para a semana já ter isto tudo em ordem.

Adivinhem quem voltou?

segunda-feira, novembro 26, 2012

Exposição de João Rodrigues na Baixa-Chiado PT Bluestation


A inauguração da exposição de ilustração de João Rodrigues é hoje e contará com projecção de desenho ao vivo pelo autor entre as 17-19h.

O local é o do costume a Baixa-Chiado PT Bluestation.

Apareçam.

segunda-feira, novembro 19, 2012

Anna Karenina - Trailer




"All happy families resemble one another, each unhappy family is unhappy in its own way"

Leo Tolstoy em Anna Karenina

sexta-feira, novembro 16, 2012

A Filha do Caranguejo


Editado pela Polvo em 2001, trata-se de um curto conto a lembrar algumas das edições mais recentes do autor (Hän Solo, A Ermida).

A história segue as aventuras de um jovem viajante cuja fisionomia remete para a do próprio autor. Escolha que descubro não ter nada de acidental, uma vez que a "A Filha do Caranguejo" é inspirada num período da sua vida.

Tal como os navegadores que foram seduzidos pelos cantos das sereias, também o autor é seduzido por uma misteriosa mulher, cuja presença nos faz duvidar por vezes da sua própria existência, a filha do caranguejo. E de quem se trata este caranguejo? Aparentemente, um ex-combatente cuja vida é demasiado amarga para conter sem a ajuda constante de uma garrafa de vinho. Um homem com um destino que não seguiu o rumo desejado e que agora entra em directo conflito com as paixões do autor. Realidade ou um sonho? É nestes dois ambientes que a obra de Lacas joga, remetendo-nos também para as lendas e mitos características das zonas do interior.

A nível de desenho é a obra mais experimentalista que conheço do autor. Além do seu traço característico, Lacas usou fotografias, fez colagens e manteve até alguns traços a lápis que normalmente são eliminados. Claramente, uma obra que não está preocupada em apresentar um desenho limpo e cristalino, porque nem todas têm de o fazer, porque às vezes a "sujidade" é bem-vinda e neste caso em particular acho que funciona muito bem. "Obrigada, Patrão" pode ser o livro mais reconhecido do autor, mas este não lhe fica em nada atrás, sendo igualmente merecedor de atenção. Também prefiro o autor neste registo do que no recente "Asteroid Fighters" (do qual só li o 1º tomo), mas valorizo muito a diversidade que Lacas tem vindo a demonstrar e incentivo-a. Sem dúvida alguma, um autor a estar atento.

quarta-feira, novembro 14, 2012

O Baile


Já se tornou um ritual esperar, todos os anos, por uma nova edição de BD da Kingpin Books. A editora de Mário Freitas tem-se solidificado mais com cada ano que passa, trazendo-nos sempre edições de qualidade, quer a nível artístico – conseguindo reunir autores reconhecidos e estrelas em ascensão – quer a nível técnico – desde a capa à qualidade do papel usado.

Se contra factos não há argumentos, o melhor é mesmo aconselhar a leitura das obras em questão, todas merecedoras de atenção - tais como “Fórmula da Felicidade”, “Mucha” ou “o pEQUENO dEUS cEGO”. Claro que, até ao momento, são poucos livros; alguns poderão dizer que a Kingpin ainda não teve tempo de falhar, mas fica a sensação de que a atenção, dada a cada um, seria a mesma se fossem muitos mais – e a única razão porque não estamos a falar de um número maior parece estar mais ligada a questões comerciais do que à da qualidade dos artistas.

Lançado recentemente no festival da Amadora,“O Baile”, de Nuno Duarte e Joana Afonso, era um dos lançamentos mais aguardados do ano.

Para continuarem a ler sobre este livro, cliquem aqui.

Exposição da "Zona" na Baixa-Chiado PT Bluestation

 
Na passada segunda decorreu a exposição na Baixa-Chiado PT Bluestation da revista "Zona Desenha", como já havia anunciado aqui.

Infelizmente devido a pormenores técnicos da estação a exposição não ficará disponível durante o resto da semana, como estava inicialmente previsto. De qualquer das maneiras penso que tudo correu bastante bem e isso deveu-se em grande parte aos artistas presentes e a desenhar ao vivo.






Foi bom ver que houve adesão por parte do público que ia passando. Foram muitos os que viram a exposição e falaram com os autores. Acho que existe realmente interesse por parte de muitos, eventos deste são a prova disso. Quem gosta de BD já sabe o que procura, mas em eventos que se unam a outras artes ou que vão, pura e simplesmente, ter com as pessoas são uma excelente forma de dar a conhecer BD e assim chegar a um novo público. Esperançosamente criando novos leitores.







Por fim, quero agradecer a todos os artistas presentes, foi um final de tarde muito bem passado. Um muito obrigado ao André Oliveira, Joana Afonso, Osvaldo Medina, Ricardo Venâncio, Jorge Coelho, António Valjean, Rui Ferreira, Carlos Páscoa, Ricardo Reis, e em particular ao Fil.

E também um muito obrigado ao Pedro Saavedra e toda a equipa da PT Bluestation, pela ajuda, disponibilidade e dedicação. O que eles fazem todos meses na estação é um trabalho impressionante.



António Valjean




Osvaldo Medina



Fil

Dead Can Dance em Lisboa



Pai Natal, espera receber uma carta minha em breve.

É que nem tive hipótese quando vieram à Casa da Música, quando soube da venda dos bilhetes tinham esgotado de manhã.

quinta-feira, novembro 08, 2012

Silver Surfer: Parable


Hoje é um dia especial no que toca à Banda Desenhada. Porque hoje se preencheu uma lacuna gigante (há mais claro) nas edições nacionais. Finalmente Portugal junta-se ao leque de países que editou "Silver Surfer: Parable". Porque esta é uma BD que vai muito além do simples comic de Super-Heróis. "Parable" é a união entre América e Europa, entre comics e BD, e nada mais nada menos do que por dois dos seus mestres, Stan "The Man" Lee e Jean "Moebius" Giraud.

Longe de saber que o livro seria editado por cá, aproveitei a sua reedição norte-americana da Marvel, para finalmente o poder colocar na estante. Era um dos que mais falta sentia, porque se já por si valia a pena ter Moebius e Lee no mesmo livro, ainda por cima era sobre o Silver Surfer, das personagens que mais valorizo na Marvel e aparentemente Moebius também. Diz a história que durante um almoço entre os dois autores, quando colocada a hipótese de uma parceria, Lee perguntou a Moebius se tinha alguma personagem que preferia. A resposta é, de certa forma, óbvia para quem conhece os trabalhos do autor francês. E assim o herói mais cool da Marvel tinha ganho uma nova história, uma que jamais voltaria a acontecer, um momento único de união entre dois mundos.


Pode parecer oportuna este novo lançamento, mas tal estava já decidido antes da triste morte de Moebius. Lembro-me perfeitamente de fazer a pré-encomenda antes e aproveito para salientar que as pré-encomendas compensam.

Quando o livro chegou veio mais "gordinho" do que esperava. Tal deve-se ao facto de além da história que dá título à capa, o livro trazer uma segunda, e até maior, de Stan Lee e Keith Pollard intitulada "The Enslavers". É uma história menor do Surfista, e quando Lee fala do seu processo de criação percebe-se porquê. Aparentemente ele tinha descrito esta ideia a Pollard, mas o desenhador só pegaria nisto muito mais tarde, devolvendo um storyboard a Lee completamente distinto daquele que ele se lembrava e no qual teve de preencher os balões. De qualquer das maneiras fiquei com duas histórias pelo preço de uma, por isso não me posso queixar.


Regressemos a "Parable" que é o que interessa. Para esta história Lee decidiu tentar escrever algo diferente daquilo a que estamos habituados, afinal de contas, ia trabalhar com Moebius cujo trabalho na BD é bastante distinto do característico da Marvel.


Quando Norrin Radd (Silver Surfer) se aliou ao Fantastic Four para proteger a Terra da sua aniquilação, indo contra o seu próprio criador, Galactus, conseguiu que não só este abandonasse o nosso planeta como ainda desse a sua palavra que o pouparia de futuro. "Parable" traz-nos o regresso de Galactus que impedido de nos atacar, opta por mudar a sua jogada, dirigindo-se ao planeta como um deus.

Radd por sua vez tem-se mantido a viver escondido na Terra, um observador que no regresso de Galactus vê a necessidade de empunhar a sua espada prancha uma vez mais. A história foca-se assim no desenvolvimento do papel da religião no povo, usando o falso deus Galactus, para mostrar as diferentes abordagens à crença por parte das pessoas. E de facto, a religião, é mesmo "o ópio do povo", como Surfer, estará prestes a comprovar.





Se não estamos perante uma história típica da Marvel, também em nada me parece que destoe do seu Universo, muito menos da personagem em questão cujo forte senso de moral e compaixão sempre foram alguns dos seus aspectos mais fortes e provavelmente daqueles que atraiu Moebius, entre outras coisas.



Voltando à edição portuguesa, saiu hoje com o jornal Público, como o quarto volume da segunda série da colecção "Heróis Marvel". Ao contrário da Americana, troca "The Enslavors" por material de Lee e Buscema e neste aspecto a edição portuguesa fica a ganhar (também não era difícil). Ainda não li esta, mas sei que há também material extra, como ilustrações de outras personagens da Marvel por Moebius (tal como a edição Americana) e uma entrevista.


É, como já deu para perceber, uma das edições que mais gosto me deu ver nesta colecção.
 

quarta-feira, novembro 07, 2012

Zona Desenha


A “Zona Desenha” já se encontra disponível desde o passado Sábado, 3 de Novembro, onde foi apresentada no festival “Amadora BD”.

Este novo desafio da “Zona” foi lançado a 20 autores, onde cada um teve quatro páginas dedicadas ao seu trabalho. As primeiras duas consistem em duas pranchas de BD originais sob a temática “O desenho e eu” e as restantes duas contêm uma curta biografia, uma entrevista, esboços, fotos do local de trabalho e o URL de cada autor.

Escrevi sobre o livro na RDB (Rua de Baixo), a quem estiver interessado em conhecer melhor, é só clicar aqui.

De salientar que dia 12 de Novembro será inaugurada na Baixa-Chiado PT Bluestation uma exposição dedicada a esta revista que contará com a presença de vários autores e com desenho ao vivo. Esta exposição decorre no âmbito da parceria entre a RDB e a PT e irá manter-se durante uma semana.

segunda-feira, novembro 05, 2012

quarta-feira, outubro 31, 2012

RDB @ PT Bluestation


Concertos às sextas, danças às quartas, teatro às terças, inaugurações de exposições às segundas e debates sobre cinema português às quintas. Vai ser assim Novembro na Baixa-Chiado PT Bluestation.
No mês em que celebra nove anos de vida, a RDB vai sair do “virtual” e assentar arraiais na Baixa-Chiado PT Bluestation, programando as actividades da estação de metro, numa iniciativa que tem como objectivo apresentar diariamente uma proposta cultural gratuita e colorir uma das mais movimentadas estações de Lisboa.

 O programa pode ser consultado aqui.

A título pessoal, por estar envolvido nelas, quero salientar a exposição de BD da Zona, que irá incidir sobre o mais recente trabalho "Zona Desenha", a ter início no dia 12 de Novembro (e que vai contar com desenho ao vivo, na inauguração, de Fil, Osvaldo Medina, Jorge Coelho, António Valjean e Joana Afonso); e a exposição de ilustração de João Rodrigues (também com desenho ao vivo), a ter início dia 26 de Novembro.



Sobre a PT Bluestation
Inaugurado em setembro de 2011 e localizado na estação de metro da Baixa-Chiado, o espaço cultural Baixa-Chiado PT Bluestation nasceu de uma vontade conjunta da Portugal Telecom e do Metropolitano de Lisboa de enriquecerem, de forma inovadora e criativa, o quotidiano das milhares de pessoas que, em trânsito ou passeio, percorrem diariamente esta zona emblemática de Lisboa.
Na Baixa-Chiado PT Bluestation, todos os dias da semana há uma proposta cultural diferente, sempre gratuita. Símbolo de uma sociedade contemporânea e cosmopolita, a estação de metro da Baixa-Chiado assume, assim, através do projeto Baixa-Chiado PT Bluestation, o estatuto de espaço cultural e de lazer da cidade, dinâmico, imparável, surpreendente e acessível a todos.


Manifesto

Nove anos após a sua génese, a RDB tornou-se uma referência no panorama editorial nacional. Local de encontro das mais variadas expressões artísticas e das tendências de vida urbana, a RDB continua a manter a identidade e isenção com que nasceu, mostrando ser um local alternativo e descomplexado, com uma enorme abertura à novidade e reconhecimento de iniciativas individuais ou colectivas.
É com este espírito que nos propomos a esta iniciativa. Iremos procurar, através da nossa programação, destacar o trabalho daqueles que, sendo pequenos por natureza, têm imenso potencial e talento. Iremos fomentar o debate e a descoberta. Surpreender pela novidade e qualidade das propostas. Queremos levar à estação projectos de diversas áreas, à semelhança do que fazemos diariamente na nossa publicação.
Sendo um projecto que existe com a contribuição de diversas vontades, vamos dar voz a algumas das pessoas que nos ajudaram neste percurso e que se tornaram, nas suas áreas e com todo o mérito, verdadeiros opinion makers. Desta forma asseguramos a independência e diversidade das escolhas, abrangendo um ainda maior público.
O Túnel é nosso.

 

segunda-feira, outubro 29, 2012

Música + BD + Música

Foi um fim-de-semana intenso, e apesar de queres falar destes temas em separado, certamente não vai ser já e muito possivelmente alguns irão escapar.

Por isso, antes que me esqueça:

- Os Bon Iver deram um concerto bem bonito, a emoção do público fez-se sentir várias vezes e notou-se que tocou a banda. Eles estiveram cá há pouco tempo, mas isso não foi razão para o Campo Pequeno não encher.


- O festival da Amadora já começou. Recomenda-se uma passagem por lá, há exposições que valem sempre muito a pena e há também várias novidades editoriais. Trouxe "Portugal" de Cyril Pedrosa e "O Baile" de Joana Afonso e Nuno Duarte. O "Três Sombras" de Pedrosa tem muito bom aspecto também, mas terá de ficar para mais tarde. Aproveito para salientar que Pedrosa é um autor não só muito talentoso como extremamente simpático. Um nome a seguir. Gosto também muito do convívio que tem havido, cada vez maior, nestes festivais. Mais uma vez o Nuno Amado organizou um almoço onde vários amantes desta arte estiveram reunidos.


- O regresso dos Ornatos Violeta é um dos grandes destaques não da semana, mas do ano. Com a rápida venda dos bilhetes não achei que os fosse ver, mas à terceira foi de vez. Um grande concerto que reuniu pessoas de todas as idades mostrando que mesmo tendo terminado, a música dos Ornatos continua a chegar a todos, ou seja, é imortal.

sexta-feira, outubro 26, 2012

TCN Blog Awards 2012


Mais um ano, mais uns prémios TCN. As regras voltam a ser alteradas e algumas das categorias também, com o intuito de ir sempre melhorando a sua estruturação. Estas, bem como todas as nomeações, podem ser consultadas no blog organizador, o Cinema Notebook.

Este ano fui surpreendido com uma nomeação para"melhor artigo de Televisão" que escrevi para o TVDependente, sobre "Os 10 melhores combates em Rurouni Kenshin". Não estava nada à espera que este artigo fosse escolhido, porque no fundo é um artigo sobre desenhos animados à porrada e achei que poderia não interessar a quase ninguém - durante a sua escrita questionei várias vezes a minha sanidade mental. Mas, se há coisa que os blogs me provaram é que há muitas pessoas aí fora que partilham os mesmos interesses que eu, ou seja, há mais malucos por aí espalhados (devíamos formar uma associação).

Quero agradecer à academia (porque agora há uma academia e sempre quis dizer isto) pela nomeação e ao TVDependente pelo acolhimento, em particular ao ZB por me ter dado liberdade total nos meus artigos e críticas e por o ter sugerido para candidatura. Somos uma equipa mesmo muito grande e com as restrições dava apenas uma candidatura por pessoa, ficou muita coisa de fora portanto.

Uma das iniciativas em que estou envolvido foi também nomeada para "Melhor iniciativa", falo dos "Cinema Bloggers Awards" projecto que partiu do André Marques.

Em relação aos blogs de cinema, que sigo mais que os de TV, alguns dos meus bloggers predilectos não estão lá, e acredito que não estejam porque nem se quer se candidataram (este ano é por auto-candidatura). O que não tem mal nenhum, mas serve para lembrar que, apesar da qualidade dos nomeados e do objectivo em divulgar os blogs, não estão lá todos os melhores, provavelmente nunca estarão. Há muito mais aí fora. Não ia dizer nomes porque me vou esquecer de alguns certamente, mas se o objectivo disto tudo é divulgar blogs, então faz sentido referenciar os do João Palhares, do João Lameira, do Álvaro Martins, do Francisco Rocha, do Flávio Gonçalves, e do Rato.

Em relação aos que estão de facto nomeados, os meus parabéns a todos, mas em especial aos que conheço e leio, alguns amigos, outros colegas e outros ainda, ambos.

Agora vou fazer aquilo que a iniciativa tem por objectivo que é conhecer novos blogs e textos que me passaram ao lado.

Quanto às votações são feitas na barra lateral do Cinema Notebook.

quinta-feira, outubro 25, 2012

Amadora BD 2012


Está à porta mais um festival de BD na Amadora. Começa já este Sábado estendendo-se durante três semanas, por isso há mais do que tempo suficiente para lá dar um salto.

O cartaz é da autoria do excelente Paulo Monteiro que terá uma exposição dedicada ao "O Amor Infinito Que Te Tenho e Outras Palavras" vencedor do ano passado de melhor álbum nacional.

Além da página oficial vou deixar abaixo o link de alguns blogs que contêm muita informação sobre o festival, pois o site oficial tem muito pouca e a necessidade da sua existência, no estado em que está, é questionável.

Podem saber mais do festival em:

- Leituras de BD;
- BD no Sótão;
- Leituras do Pedro;

quarta-feira, outubro 24, 2012

Vingadores: Confiança Mundial e Zona Vermelha

Decidi juntar num post o volume 6 e 7 da colecção "Heróis Marvel" porque ambos são dedicados à fase dos Vingadores escrita por Geoff Johns.


O volume "Confiança Mundial" contém a história que dá nome ao livro e que consiste na compilação  dos comics #57-60. O resto é dedicado ao Visão, uma mini de quatro números da série "Avengers Icons", também da autoria de Johns. Provavelmente nem iria criticar a inclusão desta mini, no entanto, pelas minhas andanças blogoesféricas, deparei-me com uma justificação para a sua inclusão algo estranha. Um dos responsáveis disse que o material de Johns nos Vingadores não era suficiente para encher os dois volumes e daí a inclusão da mini do Visão. Ora tal é falso, Johns esteve ao leme dos Vingadores do número 57 ao 76. Não tenho problemas nenhuns com a inclusão da mini do Visão, gosto do herói e aproveitei para o conhecer melhor, o que não faz sentido é a razão dada para a sua inclusão, há alturas que é preferível o silêncio.

Em "Confiança Mundial" os Vingadores deparam-se como uma ameaça global. Estes são dos heróis mais poderosos na Terra e faz sentido que os problemas que enfrentem sejam de grande magnitude. Johns deu também muita atenção a um lado político destas aventuras, o que faz todo o sentido quando falamos de um grupo que pretende ser "o" grande protector da Terra. Os Vingadores são também os heróis amados pelo povo ao contrario dos discriminados X-Men. É natural que alianças políticas surjam a esta equipa ao contrário da segunda. Nesta aventura, quando capitais mundiais começam a desaparecer juntamente com os seus líderes políticos, o povo vira-se precisamente para os Vingadores, que se vêem pela primeira vez na posição, temporária, de líderes mundiais.

Em relação ao arco do Visão é uma viagem ao passado, uma história sobre um pai e um filho, que não sendo uma grande aventura é um grande momento para a personagem, que é muito mais que um robot.



Em relação ao volume "Zona Vermelha", que reúne os números de #61-62 e #64-70, foi de longe o meu favorito, a história é muito mais aliciante que a do volume anterior. Desta vez os Vingadores estão fora do seu jogo habitual e enfrentam uma epidemia viral. É muito interessante ver esta equipa a resolver um problema, que para variar não tem solução a partir de socos e pontapés. A intriga por detrás disto é também bastante bem construída, há mistério, traição, enfim uma das grandes aventuras desta equipa.

Esta atenção ao lado político em "Zona Vermelha" - A mansão dos Vingadores é considerada território soberano pelas nações unidas - fez-me lembrar os "Ultimates" de Mark Millar e isto é num grande elogio.

Em termos de desenhos, também prefiro o segundo volume que conta com o grande Gray Frank, Ivan Reis (também a cargo da mini do Visão) e Olivier Coipbel. Reis continuou a trabalhar com Johns quando este passou para a DC Comics. Apesar de preferir o traço dos mencionados acima, não desgostei do trabalho de Kieron Dwyer no primeiro volume, simplesmente não é um dos melhores trabalhos dos Vingadores.

Por fim queria só salientar a dupla Iron Man e Black Panther, duas mentes brilhantes e milionárias, que juntos são um sucesso. Panther que por vezes me fez recordar a personalidade de Batman, tal como este a primeira coisa que fez ao entrar nos Vingadores foi analisar os seus colegas e saber como derrotá-los.