sexta-feira, junho 29, 2012

Rurouni Kenshin - Novo Trailer



Cabelo vermelho?
Cicatriz em cruz?
Yep é o Battousai.

Gostei do trailer mas aquela canção pop/rock a meio está ali enfiada a martelo. Que é aquilo? É que a série de animé tem uma das bandas sonoras mais poderosas do género.

terça-feira, junho 26, 2012

Pecadilhos das horas vagas

 

A partir de um convite da FilmPuff do blog Not a Film Critic, escrevi um curto texto sobre um dos meus guily pleasures cinematográficos e que pode ser visto aqui.

quarta-feira, junho 20, 2012

BD Sci-Fi: Sem Título

Eu e o Rui Alex, após a curta de BD "Despertar" voltámos a unir esforços para explorar mais uma vez os universos da BD, mais especificamente na área da ficção científica. Desta vez com o objectivo de participar no concurso de BD Avenida Marginal ficámos limitados ao espaço de apenas uma prancha.


A história ficou, acho eu, com muita coisa para ser contada em tão pouco tempo, podia ter respirado mais, mas mesmo assim acho que tudo se compreende bem e aqui um muito obrigado ao Rui que consegue encaixar inúmeras vinhetas como se não fosse nada. Gostei também particularmente do tom mais oldschool por ele explorado.




Quem lê pergunta-me quase sempre se conheço o filme "Looper". Na altura que escrevi não conhecia, mas, apesar de ter um ponto em comum continuo a sentir (pelo que vi dos trailers do filme) que os objectivos são totalmente diferentes. Eu procurava mais uma justiça poética, um olho por olho, dente por dente. Já agora, esqueci-me completamente de lhe dar um título.

Em relação ao concurso os resultados já saíram. Não vencemos nada, mas aproveito para colocar aqui os vencedores e as menções honrosas que a organização disponibilizou. De salientar este feito que nem sempre acontece e me parece o ideal.







Para terminar faço ainda menção à exposição do concurso que está actualmente a decorrer em Oeiras. Ainda não tive foi oportunidade de passar por lá.

terça-feira, junho 19, 2012

Primavera Sound - Terceiro Round


Hoje caiu a chuva para complicar a vida dos festivaleiros. Notou-se uma adesão mais tardia por parte de muitos. Talvez não só a chuva tenha contribuído para isso, Portugal jogava com a Alemanha também. Quanto a mim, fiz questão em pelo menos estar no recinto as 19h para ver os Spiritualized e assim foi.

Um pequeno aparte, sempre achei que o Domingo (quarto dia do festival) não ia correr bem, uma vez que os concertos seriam na casa da música e no Hard Club, ou seja, espaços pequenos para tantas pessoas com pulseiras. Quando cheguei ao recinto, perto das nove, e a chover consideravelmente, observo um fila gigante. Assumimos logo e correctamente que era para reservar bilhetes para a casa da música. Aparentemente este tipo de notícias ia sendo colocada no facebook, mas avisar no recinto, está quieto. Todas estas mudanças, tal como a passagem do concerto dos Tennis para o dia anterior foram feitas via web, algo que eu nunca consultei durante o festival e portanto estive sempre a léguas do que se passava. Disto isto, não fiquei na fila porque preferia estar a molhar-me enquanto via Spiritualized.

Apesar daquela sensação estranha de ter um pé quente e outro molhado (porque rasguei um ténis no festival e só reparei nisso quando choveu), o concerto desta banda ganhou alguma magia precisamente com a chuva e teve momentos de especial beleza. Tinha-os perdido num Alive, agora corrigido isso avanço contente e ansioso pelo concerto dos Death Cab For Cutie.

Vinha agora o maior buraco do festival, devido a problemas técnicos relacionados com o tempo (aparentemente o meteorológico e o cronológico também) os Death Cab for Cutie cancelam. Estava ansioso por os ver, eles que regressaram com um último álbum fantástico. Infelizmente tal não aconteceu e nem se percebeu muito bem qual a razão. O palco estava realmente encharcado, mas será que um atraso de uma hora foi suficiente para a banda zarpar dali para fora por questões de horário? As pessoas não ficaram convencidas. Ao menos conheci o Winnie the pooh, porque de resto foram cerca de 40 minutos de vida perdidos.


Vamos então a correr para I Break Horses até porque faltava conhecer o Palco ATP. Como eu, foram muitos e rapidamente a adesão ao concerto aumentou exponencialmente, algo que a vocalista agradeceu. Boa descoberta, gostei do concerto e das canções, que navegam pela electrónica, desta banda. A descobrir mais certamente.



Seguimos novamente para o Palco Club para ver The Weeknd, aconselhado por uma amiga. O início energético conquistou-me rapidamente. Diz quem conhece que as suas divagações pelo R&B em álbum resultam melhor do que ao vivo. Não tendo termo de comparação posso apenas dizer que foi um concerto bem divertido.


O fim aproxima-se e é a vez dos Kings of Convenience tocarem. Surgem em palco apenas os dois membros com guitarras. Início bonito, mas arriscado em festival, algo que se faz notar bem quando os Dirty Three começam a tocar noutro palco e cujo som chega até este concerto. Erlend Øye faz referência a isso com algumas piadas, mas eventualmente chega a dizer que não se está a conseguir concentrar para a próxima canção. Depois do cancelamento dos Death Cab, começo a ver isto correr mal, felizmente Eirik Glambek Bøe deu a volta a isso e o concerto continuou. Mesmo não tendo as melhores condições o concerto prossegue muito bem, são dois grandes músicos e isso faz-se notar. A meio surgem mais músicos e como diz Erlend Øye, agora já são uma banda rock. No final até temos direito a uma visita do violinista dos The Afghan Whigs para adicionar violino a uma das últimas canções (I'd rather dance with you).  Erlend Øye a dada altura ainda questiona a plateia do porquê de gostarmos tanto desta banda, respondendo que talvez como os noruegueses, nós também ficamos contentes quando estamos tristes.


No outro palco vão começar os Saint Etienne com a sua pop electrónica. Um concerto de espera para muitos, pelo menos para mim, mas que no espírito certo até foi divertido.  A dada altura ainda se vai espreitar os Washed Out no Palco Club, as despedidas começam a ser feitas pois às 2:00 é hora de The XX e depois acabou.

Rapidamente depois do concerto dos XX começar alguém menciona o quanto eles cresceram em dois anos. É a primeira vez que os vejo (finalmente) e a banda não desilude. Boa coordenação, boa apresentação e acima de tudo boa música. Algumas das novas canções foram reveladas, ficou a sensação de quase todas serem no mesmo comprimento de onda que o álbum de estreia, algo a esperar para confirmar em Setembro. Algo que se fez logo notar, foram também os novos arranjos que a banda fez a algumas canções. No final fica a boa sensação de termos assistido a um grande concerto.




Nota: Fotos da autoria de Cube.

segunda-feira, junho 18, 2012

Primavera Sound - Segundo Round

Agora sim, começam as dificuldades no festival. Com os quatro palcos em funcionamento e concertos a funcionarem ao mesmo tempo é absolutamente impossível de assistir a tudo. Não vai custar assim tanto porque não conheço metade das bandas a tocar, porém, algo que também gosto muito e penso fazer parte do objectivo de festivais é a oportunidade de conhecer novos projectos.


Infelizmente não chego a tempo de ver Linda Martini, projecto pelo qual nutro grande gosto. Menos mal que são portugueses e a oportunidade de os ver é maior. Mas, já os vi pelo menos duas vezes e vale sempre a pena. Sigo então para o Palco Club, um dos que ainda não conhecia, para ver os Other Lies. Este é o palco mais pequeno, coberto em cima e com chão de cimento. Oriundos de Oklahoma, tocam um indie rock bastante agradável por vezes a fazer lembrar uns Fleet Foxes.


Em seguida, voltamos aos palcos conhecidos para assistir aos Yo La tengo. Li algures que a primeira canção teve a participação do vocalista dos Flaming Lips, mas não a apanhei, com muita pena minha. Mesmo que o meu conhecimento da banda seja fraco, os Yo La Tengo são um nome de referência no panorama indie e por isso era um concerto que não queria perder. Gostei particularmente dos momentos onde a distorção foi rainha e senhora com um Ira Kaplan em grande destaque.

Agora viria um dos concertos do dia para mim, o grande senhor Rufus Wainwright. O músico entra em palco a cantar à capela. Que magnífico início, Wainwright é possuidor de uma uma voz maravilhosa e que só por si é mais do que suficiente de nos emocionar a todos. Por entre várias canções, Rufus Wainwright esteve sempre muito empático com o público e gostei particularmente quando mencionou que gostaria de conhecer a língua portuguesa para assim poder ler os nossos autores. Qual bandeira em cima das costas qual quê, isto sim é de valor. Prestes a sair ainda volta atrás dizendo que "vocês merecem mais uma" e para despedida brinda-nos com a sua cover de Coen da hallelujah.


É altura de ir para o outro palco, os Flaming Lips vão começar a qualquer instante. Banda mítica do pop/rock, que marcou indubitavelmente o género. O concerto dos Flaming Lips é uma festa de cores e diversão. Explosões de confetis, balões, Wayne Coyne dentro de uma bola de plástico a mover-se por cima do público e muito mais, este foi sem dúvida o concertos mais "teatral" de todos. Tudo sempre com uma banda sonora a rigor, canções a esta banda não faltam. Diz quem já os viu que eles andam há alguns anos a reproduzir o mesmo concerto, mas, para quem como eu nunca os tinha visto, ficou  certamente mais que satisfeito e deslumbrado. Over the top ou não, um dos vencedores da noite para mim. de destacar o público que esteve ao rubro e isso fez-se sentir muito bem na própria banda.


Depois de um concerto daqueles qualquer um que viesse a seguir teria um trabalho complicado. Seguiram-se os Wilco, num concerto mais contido mas muito profissional e onde a música (que é o mais importante) esteve sempre muito bem apresentada. Pelo meio o concerto perdeu algum do seu impacto tornando-se mais morno, pelo menos para mim que pouco conheço dos seus trabalho, pois pelo que percebi os fãs estavam mais que satisfeitos pelo final.

É tempo de regressar ao Palco Club para ver os Beach House. Aconteceu o que se previa a lembrar os Gossip no Alive, ou seja, a tenda onde os Beach House tocaram provou-se pequena para a grande adesão de fãs. Ainda assim o espaço era talvez o melhor para a banda tocar e o concerto foi maravilhoso e rapidamente escalou para o topo dos meus favoritos. O som, a voz bizarra de Victoria Legrand, tudo estava no seu lugar certo. Depois ao sair quase que dava para levantar os pés do chão e ser carregado na mesma, tamanha era a multidão a descolar-se para (penso eu) ir ver os M83.

O concerto dos M83 foi daqueles que mais passou a correr. No fim parece que estamos ali há meia-hora quando no fundo passou o dobro do tempo. Esta sensação agridoce acaba por ser o maior elogio que posso fazer ao projecto de Anthony Gonzalez. É que até conseguiram fazer desaparecer qualquer cansaço que se sentia. Soube a pouco, mas soube muito bem.



Nota: Fotos da autoria de Cube.

sábado, junho 16, 2012

Primavera Sound - Primeiro Round

 

O tão aguardado festival Primavera Sound tinha chegado finalmente. Houve percalços pelo caminho sendo os dois maiores, o cancelamento de Bjork e Explosions in the Sky. Nada que nos faça duvidar da compra, o cartaz deste festival era demasiado prolífico para isso. Porém, quando à entrada do recinto nos dão um papel a anunciar um concerto de Bjork em Santiago de Compostela no dia 20 de junho (ou próximo) há um certo sentimento de raiva reprimida que começa a subir à tona. Para piorar descobrimos logo a seguir que a entrada de comida é proibida. A malta paga bilhete, vem de fora do Porto, alguns ainda pagam estadia e agora querem obrigar a comprar comida lá dentro. Felizmente, no meu caso, tive 90% de sorte e 10% de perspicácia nesse aspecto, mas tenho de manifestar o meu desagrado, até porque houve comida a ir para o lixo. No terceiro dia, pelo menos, já se podia guardar no bengaleiro e recolher à saída, menos mal.

Começo pelos pontos negativos logo para despachar, pois não fiquem a pensar que não apreciei esta pequena aventura musical. Foram três dias fantásticos e que colocam o Primavera como um dos festivais mais interessantes da actualidade no nosso país. A começar pelo espaço, os jardins do parque da cidade. Que belíssima escolha, a relva, as inclinações que nos deixaram ver muitos concertos ou em pé ou sentados, ou até mesmo deitados. Neste aspecto a organização acertou em cheio.

Neste primeiro dia, o mais calmo, só dois dos quatro palcos estavam a funcionar. Dois palcos lado a lado que funcionavam alternadamente, hoje era pacífico pois dava para assistir a todos os concertos. E assim foi, salvo a excepção dos primeiros, os portugueses StopEstra! que se auto intitulam como a maior banda o mundo. Quando chegámos já estavam a concluir o seu concerto e realmente o palco parecia estar cheio de pessoas.

Segue-se o concerto de Bigott. Uma banda que me era desconhecida e já aqui do nosso país vizinho. Concerto vitorioso para os Bigott que nos receberam tão bem no festival. Um misto de várias sonoridades e um vocalista, Borja Laud, que nunca passou despercebido ou indiferente a quem chegava ao recinto. No final ficámos todos a entoar o hino "Cannibal Dinner", canto esse que se prolongou por todos os dias (e cá em casa ainda continua). Uma banda a conhecer melhor.

 

De seguida, dirigimos-nos para o outro palco para assistir a Atlas Sound outro projecto novo para mim, mas do qual ouvi falar muito bem. Para minha surpresa a banda consiste apenas numa pessoa, Bradford Cox. Sozinho com a sua viola leva-nos a pensar que Cox ganharia muito mais numa Aula Magna, ainda assim correu bastante bem, havia muitos interessados e a adesão foi boa. O recinto começava agora a ficar mais composto.

Yann Tiersen era para mim um dos nomes mais aguardados do dia e, felizmente, não desiludiu. Pelo menos não a mim, pois fiquei com a sensação que houve alguma pelo recinto, talvez porque esperassem ver um Tiersen mais "Amélie Poulain" coisa que já se sabia que não iria acontecer. O francês dedicou-se mais ao seu último trabalho, onde deambula pela electrónica, e arrepiou a plateia no seu solo de violino possivelmente o ponto alto do concerto.



Fiquei com a sensação que The Drums era das bandas mais aguardadas do dia. É uma banda nova e penso que isso se notou no palco. Não foi um mau concerto, mas muito longe de memorável. Faltam quilómetros aos rapazes de Brooklyn, certamente daqui a uns anos quando voltarem, estarão melhores.

Agora é a vez dos velhos dizem alguns. É verdade Suede já teve o seu tempo, mas caramba se são bons, por alguma razão ainda hoje são recordados. Eu adoro a banda que na sua altura surgiu com uma sonoridade bem distinta. Brett Andersen continua em forma e juntamente com a banda deram um espectáculo que para os fãs foi muito bom. Foi talvez o meu concerto preferido da noite, afinal de contas era das bandas que conhecia melhor e mais apreciava. Foi também o único concerto, salvo erro, que contou com encore. Nem estava à espera, não me pareceu que o público estivesse ao rubro, mas eu fiquei bem agradecido, não queria ir para casa sem ouvir a "Beautiful Ones".

Os substitutos de Explosions in the Sky foram os Mercury Rev. Lembro-me de ter ouvido qualquer coisa deles há uns valentes anos, mas nunca cheguei a explorar. Vi o concerto de longe e fiquei com boa impressão. Nalgumas que reconheci ainda fui lá para a frente ( se calhar só numa agora que penso melhor).

Para terminar a noite, The Rapture. Dos melhores da noite, grandes canções rock, muito bem tocadas. Sem artifícios foi um concerto de puro rock e nisso a banda não desiludiu. No final ficou um sabor amargo porque contava que os últimos a tocar, o fariam por mais que uma hora. Mas estava enganado, de uma forma geral os concertos eram de uma hora apenas, inclusive as bandas que terminavam a noite. Se nesse dia estranhei não terem feito um encore, isso acabaria por mudar, afinal nenhuma das bandas que encerrou os fez também.



Nota: Fotos por Cube

segunda-feira, junho 11, 2012

O Bairro: O Senhor Juarroz

 


Pensamento VS realidade é uma forma de resumir os dias do Senhor Juaroz.

Para aguçar o apetite coloco aqui o capítulo "Duas cadeiras":

O Senhor Juarroz estava a pensar que entre uma coisa do mundo e outra há um intervalo.

Mas também é possível existir uma única coisa entre dois intervalo.

E se assim for os intervalos passam a ser o principal e a coisa concreta, com volume e espaço, passa a ser o intervalo (a interrupção).

Uma cidade inteira pode ser considerada o intervalo entre dois espaços vazios — disse o senhor Juarroz, num tom audível, no preciso momento em que caía ao chão porque, distraído, tentara sentar-se no espaço vazio existente entre duas cadeiras.

quinta-feira, junho 07, 2012

quarta-feira, junho 06, 2012

Rock in Rio - 3 de Junho 2012

Bruce Springsteen vem cá tocar? E vem com E Street Band? Então nem se questiona há que ir ver isto. Quando se junta o nome de James ao cartaz a decisão ainda se fez sentir como mais acertada.

Há vários tipos de público festivaleiro, ou pelo menos dois ou três. Eu sou daqueles que vai aos festivais, única e exclusivamente, pelos concertos. Nunca me preocupei o local onde estes eram executados. Hoje em dia vejo-me cada vez mais a ponderar isso, porque a localização atrai determinado tipo de público e isso remete-me para Beirut no Super Bock do ano passado e para o Sudoeste pois claro. Mas, vamos ao que interessa, concertos e concertos.





Kaiser Chiefs





Nunca os tinha visto ao vivo mas a banda fez jus à sua reputação. Foram cerca de 45 minutos muito bem passados onde o vocalista foi um grande entertainer, se bem que por vezes mais preocupado com a câmara do que com o público que estava realmente lá.
A dada altura o vocalista desata a correr até ao slide para passar por cima da multidão enquanto entoava uma qualquer canção. O momento alto do concerto. a banda também mostra bom gosto, gostei do toque Dire Straits no ínicio do concerto, até pensei que fossem cantar a canção em questão, a Money for Nothing.
Foi um belo início para o dia que prometia ser memorável.











James



Adoro James e com o vasto leque de canções que têm, dificilmente não dariam um grande concerto. Faltou  a Born of Frustration, mas de resto foi fantástico, para mim o segundo melhor concerto da noite. Soube a pouco claro, foi quase uma hora onde ainda houve tempo para falar do país e para Tim Booth recordar a primeira vez que viu Boss ao vivo, foi uma bela homenagem ao homem que nasceu nos USA.
Por falar em Booth, o homem estava em êxtase por vezes até pensei que estava a ter um ataque epiléptico, mas claramente era alguma forma de dança contemporânea.





Xutos e Pontapés



Comprei o bilhete para o festival o ano passado pela altura do Natal e depois desliguei-me de tudo em relação a isto. Ou seja, só na mesma semana soube que Kaiser Chiefs e Xutos iam tocar no mesmo dia. Esta é uma das bandas que tem marcado presença em todas as edições, se não estou em erro. Vê-los no alinhamento após James fez-me pensar que seria uma decisão tomada por estes serem uma banda portuguesa e este um festival em Portugal. Uma forma de valorizar e realçar o que temos, apesar de eu achar que devemos sempre colocar-nos na mesma balança que os outros, pois criar sub-grupos para realçar os portugueses por vezes transmite a sensação de que o que temos não consegue competir com o internacional, algo que não concordo, falo por exemplo de tops dos melhores álbuns nacionais. Por outro lado também entendo que os façam.
Depois de  assistir ao concerto, vi que estava totalmente errado. Os Xutos estão, afinal de contas, no lugar que lhes faz sentido. Eu posso preferir de longe James, mas a adesão do público foi bastante mais forte neste concerto. E a banda, claramente muito emocionada, fez aquilo que sabe melhor e que os caracteriza. Um concerto à Xutos e para fãs de Xutos.





Bruce 'Boss' Springsteen & The E Street Band



Claramente o concerto da noite, quiçá do ano. Não só porque Springsteen é realmente um Boss mas porque toda a E Street Band é qualquer coisa de fenomenal. Vê-los todos juntos no palco durante duas horas e meia de concerto foi monstruoso, memorável.
Lentamente quando entram no palco começamos a reconhecer algumas caras nem que seja a de Max Weinberg, baterista do programa de Conan O' Brien e Steven Van Zandt, o Silvio de Sopranos. No lugar de Clarence Clemons, o falecido saxofonista, esteve o seu sobrinho, Jake Clemons, o que foi a melhor escolha possível para homenagear Clarence Clemons. No final quando passaram imagens do mesmo, ver Jake Clemons lado a lado com Springsteen foi uma das partes mais emotivas da noite.
Springsteen logo no início começou por preferir algumas frases em português, algo que continuou a fazer posteriormente. O alinhamento alternou entre vários clássicos, canções do novo álbum Wrecking Ball e ainda a cover de "Twist and Shout". Springsteen até foi buscar alguns papeis à audiência onde se pediam determinadas canções e, fugindo ao alinhamento (como é costume), tocaram-nas. Mesmo assim faltaram clássicos (Human Touch por exemplo), costuma ser desta forma quando estamos presentes de uma banda com esta longevidade
O cantor que até estava ligeiramente rouco, nunca baixou os braços estando constantemente a provar-nos porque ganhou a sua alcunha. Sempre muito simpático, interagiu com o público, levou uma criança ao palco para cantar e dançou com duas senhoras que eu nem vi como conseguiram chegar ao palco.
Mesmo quando a produção do festival lançou o fogo de artifício pensando que a noite havia terminado, Boss e companhia regressam para tocar mais umas ao mesmo tempo.
Ao abandonar o recinto vamos com aquele sorriso que Tim Booth havia descrito antes, porque uma coisa é saber e outra, totalmente diferente, é viver o momento.


A multidão era tanta (81 mil) que ir ver concertos ao palco secundário era mentira. Teve de ser afinal estava num lugar muito bom.

domingo, junho 03, 2012

sexta-feira, junho 01, 2012

DC Comics revela que Alan Scott será o novo super-herói gay da editora


Um amigo meu mostrou-me esta notícia onde revelam finalmente quem é o super-herói gay que a DC Comics tinha prometido anunciar. Esta notícia em particular que li aqui, tem uma série de erros e por isso queria dar algumas considerações pessoais, até para esclarecer os pontos em que estão equivocados, mas não só.


1º A sensação que passa, e creio ser verdadeira, é que é tudo uma grande manobra de marketing da DC Comics. Com a Marvel a ter publicado recentemente o primeiro casamento gay da editora a DC não quis ficar atrás. Porém, neste aspecto a Marvel parece mais sensata, ora quem está a casar é o Northstar um mutante assumidamente gay há bastantes anos, a Marvel não se limitou a alterar a orientação sexual de um dos seus heróis do dia para a noite... Claro que a DC também não, mas já explico isso melhor no fim.
É verdade também que o Northstar antes não era das personagens mais populares quando a Marvel optou por introduzir um super-herói homossexual, duvido que o fizesse na altura com um dos principais, pois temiam os riscos (hoje já não seria nem é assim), mas, novamente não faz sentido mudar radicalmente os gostos do Homem-Aranha, por exemplo. Actualmente o tema das diferentes sexualidades é muito mais explorado na Marvel e neste campo parece-me estar mais actual. A DC obviamente não quer ficar atrás.


2. Ora a DC Comics, comprou há uns bons anos a editora Wildstorm a qual teve o primeiro casamento gay entre dois super-heróis, são eles Apollo e Midnighter um dos casais mais badass de sempre, ou seja, a Marvel não foi pioneira como li ali escrito.
E assim é que se faz, na minha opinião, se querem ter diferentes tipos de personagens, criem-nos de origem. E estes dois são fenomenais não é à toa que a DC actualmente os introduziu no seu próprio universo na série "Stormwatch". Para mim não há necessidade de ir buscar uma personagem heterossexual e mudá-la só para aumentar as vendas. Sejam mais originais. Este é o único ponto onde não vejo necessidade nenhuma para esta nova decisão, porque de resto faz-me todo o sentido tornar estas histórias mais diversificadas e realistas. Já agora realista é grande palavra para usar dentro de um universo onde há super-poderes, mas vocês perceberam.


3. Contudo, Apollo e Midnighter são nomes desconhecidos do grande público e era preciso uma notícia que chamasse a atenção. Daí a escolha do Lanterna Verde, obviamente, um dos heróis mais conhecidos da editora.
Claro que se aprofundarmos isto vemos que há vários Lanternas Verdes e o escolhido não é, Hal Jordan, o mais conhecido e popular nos dias de hoje, mas antes Alan Scott, o primeiro de todos e que pertence a um universo paralelo, não tendo nada a ver com a força policial intergaláctica que dá pelo nome de Green Lantern Corps. Mas, como a maioria só se vai focar no nome Lanterna Verde a DC passa por muito cool e radical (mas não é).


4. Aprecie-se ou não a decisão desta mudança, a verdade é que os editores da DC de parvos não têm nada. A mudança da orientação sexual de Alan Scott dá-se precisamente numa altura de reboot. Pois é, a DC Comics começou tudo de novo (ou quase) e neste novo universo paralelo a que pertence Alan Scott, muita coisa pode e mudou. Algumas não vou dizer porque são SPOILERS severos. 
Portanto a DC ao contrário do que li não tem de justificar 70 anos de heterossexualidade em Alan Scott, porque esse era outro. O actual é um novinho em folha que podia até ser chinês. A própria Marvel já tinha feito isso no Universo Ultimate ao colocar o Colossus como gay e curiosamente numa relação com o Northstar desse universo.


5. Concluindo. A DC consegue chamar atenções com a notícia e até se safa nas justificações. Diz quem leu que a série "JSA" (onde entra Alan Scott) está bem catita, é uma leitura a considerar portanto. A quem não conhece, espreitem as aventuras do Midnighter e do Apollo seja agora ou na extinta Authority, que não se vão arrepender.


Adenta: Quando escrevi isto estava a reflectir sobre a homossexualidade masculina nos comics de super-heróis. Porque no caso das mulheres é, infelizmente, uma questão mais facilmente aceite. Neste sentido a DC Comics actualmente já tem a Batwoman, cuja última série teve vários elogios da crítica. Claro que o peso que a Batwoman tem não é o mesmo que uma Wonder Woman e nem o mesmo que ter um homem. Daí tanta projecção dada a esta nova notícia. Havia até quem pensasse que o contemplado seria o Batman, mas quem achava isso claramente não leu o número 1 da Catwoman, que também foi muito badalado por ter uma cena de sexo entre os protagonistas mencionados. Aliás os "Novos 52" da DC têm sido muito falados por questões relacionadas com a sexualidade e quem ganha com esta conversa toda é a editora, afinal de contas, "não há má publicidade".
A partir da página de facebook do blog Bela Lugosi's Dead vi aquele que poderá ser o primeiro beijo homossexual neste tipo de BD e coloco-o a título de curiosidade, é de 1939 e claro entre mulheres (na altura ninguém deixaria passar entre homens) e é precisamente da DC Comics, vejam aqui.

Jack White - Love is Blindness