segunda-feira, março 31, 2014

O melhor regresso da MARVEL NOW


Depois do reboot da DC Comics que ficou apelidado de "New 52", a Marvel contra-atacou com algo similar a "Marvel NOW". Não tenho estado a par dos novos títulos da Marvel mas pelas opiniões que tenho ouvido as coisas parecem estar a correr bem para a casa das ideías. Melhor até que na DC que apesar de ter títulos muito interessantes parece estar a perder alguns dos seus melhores autores. Além de que dificilmente se perdoará a DC o homícidio de Hellblazer (se fosse mesmo um fim tudo bem, mas transferir a personagem da Vertigo para a DC não se faz).

Nos últimos tempos os títulos da Marvel não acusavam grande entusiasmo e nem os grandes eventos conseguiam estimular, ficando aquém das expectativas como o sensaboroso "Avengers VS X-Men" ou o "Age of Ultron" (não confundir com o filme). Por isso se este Marvel NOW servir para trazer a Marvel de volta para a glória fico contente.

O Superior Spider-man chocou muitos, mas ao menos foi uma manobra que fez mexer as coisas e o resultado, do que li, não foi mau. O Superior tem a sua graça, mas não conto seguir a série, não há tempo para ler tudo e é preciso seleccionar. Já o Hawkeye foi também uma lufada de ar fresco e este sim conto seguir com mais atenção, é um trabalho que se destaca na edtiora, mesmo que não se destaque tanto fora da mesma. De resto gostava de espreitar os Avengers porque gosto do trabalho do Hickman o qual tenho seguido com muita atenção em "East of West".

Isto tudo para referir que a Marvel parece bem encaminhada e este ano vai trazer dois títulos aos quais não vou resistir. Vamos ter o regresso de dois dos meus super-heróis predilectos. Um deles vai ser o Silver Surfer por Dan Simmons (o mesmo do Superior Spider-Man) numa série que parece previligiar a diversão ao aspecto mais filosófico da personagem. A conferir se vale a pena. Em relação à segunda quero apostar que vai ser a melhor série que a Marvel edita em 2014. Estamos a falar do Moon Knight escrito pelo Warren Ellis. Isto é ouro sobre azul. Que parelha, que união.

O Moon Knight é muitas vezes referido como o Batman da Marvel. São imensas as personagens que bebem inspiração do morcego e as influências no Moon Knight são deveras evidentes como já as esbocei aqui. Mesmo assim este cavaleiro tem vindo a destacar-se ao longo dos anos conquistando o seu lugar merecidamente. O primeiro número saiu este mês e conto que venha nas minhas encomendas. Quando o ler darei novidades.

Todas as obras que procuram desenvolver o conceito do super-herói mais a sério, mostram-nos que esta não é uma tarefa para os sãos. Ora o Moon Knight é uma personagem que espelha isso abertamente com as suas disfunsões de personalidade. É também a sua "loucura" que o tornam especial.Ao contrário do cavaleiro das trevas o da lua veste-se de branco porque ele não se esconde nas sombras, ele quer que as pessoas saibam que está a caminho. Ele é a luz da lua na noite. 

Bem-vindo de volta.

sexta-feira, março 28, 2014

Her (2013)

 
Quando fui ver "Her" imaginei um filme que se debruçasse sobre a relação entre o Homem e a Tecnologia,  um filme que nos mostrasse no que esta relação, cada vez mais próxima, poderia resultar num futuro próximo. Imaginei uma crítica social que mostrasse que o Homem cada vez mais se isola na frieza das máquinas, um isolamento que o remete para uma melancolia e depressão, pois não fomos feitos para estar sozinhos. Serviria "Her" como um aviso? De que não nos devemos afastar e esconder? De que é preciso ter cuidado com o caminho que o futuro está a seguir?

Bem, talvez sim, mas claramente não só. O filme que imaginei não foi o filme que vi. Claro que existe um enfâse nesse retrato social que nos mostra como estamos cada vez mais afastados uns dos outros. A dada altura Theodore observa pessoas a passar na Rua, todas juntas e todas afastadas, a conversar com os seus sistemas operativos ao invés de uns com os outros. Mas "Her" é mais que isso, diria até que a preocupação principal do filme é outra.

Neste ambiente mais futurista Spike Jonze desenvolveu as repercurssões da existência de inteligência artificial. Já muitos autores de ficção científica o fizeram, mas esta abordagem é bastante sóbria e não muito longe daquilo que um dia poderá acontecer e, por isso, talvez a identificação com este cenário seja mais imediata, mas não menos verdadeira que as outras. O que aconteceria se de facto a inteligência artificial existisse a este nível? Samantha torna-se uma entidade, não viva no sentido biológico da palavra, mas viva no sentido de uma consciência. Como tal, à semelhança de nós, Samantha vai crescendo e evoluindo, onde a única diferença é que o faz a uma velocidade muito superior.

É um filme muito interessante precisamente porque aborda esta possibilidade com honestidade, carinho e acima de tudo sem preconceitos. A preocupação social existe, mas não da forma que inicialmente imaginei. 
"Her" está mais interessado em desenvolver uma relação entre o Homem e a Tecnologia, mas uma enquanto duas entidades conscientes e neste filme isso resulta numa história de amor. "Her" pode ser sobre muita coisa, mas acima de todas as outras é uma história de amor genuína. Existe mesmo uma preocupação no facto de esta relação nunca poder ser carnal e as repercurssões que isso pode ter. Claro que isso também coloca questões constrangedoras. Que futuro há para a espécie humana numa relação destas? (num raciocínio mais preocupado com o futuro a longo prazo). "Her" aborda muita coisa, mas sem apontar o dedo, são questões que ficam no ar para serem reflectidas e valorizo-o muito por isso.

Não nos enganemos também de que a solidão é algo de novo, que a culpa é só das máquinas (criadas por nós). Mesmo aqui a personagem de Theodore mergulha nela devido a uma relação amorosa com a sua ex-mulher. É a dor e desilusão com o mundo que o afastam do mesmo e isso é algo muito humano. Phoenix está como é costume irrepreensível, mas também Scarlett Johansson. Apesar de a actriz nunca surgir fisicamente a sensualidade da sua voz tornam-na uma escolha óbvia e que resulta maravilhosamente bem.

quinta-feira, março 27, 2014

Captain America: Ed Brubaker and The Winter Soldier


Os filmes de Super-Heróis poderão eventualmente sair de moda, mas por enquanto parece claro que este filão veio para ficar durante uns bons tempos. Pelo menos a Marvel assim está convencida, uma vez que já traçou planos que a vão manter bem ocupada nos próximos anos.

Já tivemos um pouco de tudo por estas andanças, obras refrescantes e inovadoras e peças completamente dispensáveis. Diria até que os últimos são os que devem imperar. Uma coisa é certa a Marvel com a máquina da Disney por trás parece ter o que é necessário para criar filmes minimamente respeitáveis. De todos os seus planos fiquei particularmente entusiasmado com esta sequela do Captain America. Se me dissessem isto há uns anos não acreditava.

O primeiro filme realizado por Joe Johnston foi uma boa surpresa. Apesar de achar que na segunda parte acaba por acusar cansaço, já a primeira é muito boa, onde se soube desenvolver o lado humano deste herói e onde nos souberam trazer também um dos vilões mais icónicos da editora, o Red Skull.

Para a sequela o realizador é substituído pelos irmãos Russo e o argumento irá beber inspiração à fase em que Ed Brubaker escreveu Captain America. Brubaker é um dos argumentistas mais talentosos a trabalhar no mercado norte-americano e quando pegou na série do Captain America conseguiu revitalizar a personagem e dar-lhe um lugar de destaque nestes tempos modernos. Fantástico. Este post serve precisamente para chamar a atenção a isto. A todos os que queriam saber mais sobre o Winter Soldier, peguem na revista do Captain America desta altura que não vão ficar desiludidos.

Quanto ao filme, o trailer tem bastante bom aspecto, mas depois do "Man of Steel" já não digo nada. De qualquer das formas acho que há material aqui para termos um filme bem interessante. Oxalá que "Captain America: The Winter Soldier" se sobressaia como um dos melhores filmes da Marvel. Era de valor.

Também vamos ter a primeira aparição de Falcon o primeiro herói afro-americano a surgir nos comics (pelo menos das grandes editoras) e está com bom aspecto.


quarta-feira, março 26, 2014

O Menino e o Mundo


Falei dele ainda à pouco. Aqui fica o meu texto sobre "O Menino e o Mundo" na Rua de Baixo.

Aos olhos de uma criança



"Aos olhos de uma criança" é uma canção composta pelo rapper Emicida para o filme de animação "O Menino e o Mundo"  o grande vencedor da edição deste ano do festival MONSTRA.

Este filme brasileiro de Alê Abreu é realmente uma obra bastante especial e com uma banda sonora portentíssima que se torna imediatamente parte do DNA de todo o filme. A cargo da música além de Emicida temos Naná Vasconcelos, os Barbatuques e os GEM-Grupo Experimental de Música.

Tendo encontrado este vídeo de  "Aos olhos de uma criança" que contém imagens do filme, achei que era uma boa forma de dar a conhecer tanto a sua música como o filme em si. Disfrutem é bem bonito.

terça-feira, março 25, 2014

Séries aos quadradinhos #2


Na segunda semana de “Séries aos Quadradinhos” aceitamos uma proposta irrecusável, documentamos a guerra civil, visitamos uma parte da juventude nacional muito peculiar e tarada e entramos no mundo dos sonhos… apenas para terminarmos numa espiral de terror.

Para verem cliquem aqui.

segunda-feira, março 24, 2014

terça-feira, março 18, 2014

A Coragem no Cinema


O blog "Caminho Largo" voltou à carga para mais uma rubrica conjunta de cinema. Desta vez o desafio recaiu sobre o tema da coragem. Como é costume no blog dos irmãos Teixeira o leque de convidados é extenso tornando díficil encontrar melhor amostra da blogoesfera nacional sobre este tema.

Aproveito para agradecer o convite e por poder estar incluído nesta estimulante comunidade. Quanto às minhas escolhas, já podem ser consultadas aqui.

segunda-feira, março 17, 2014

MONSTRA 2014 – Sessão de Abertura


Na passada Sexta-Feira abriram-se oficialmente as portas do festival com uma sessão apresentada pelo entusiástico Fernando Galrito (director do festival) e que primou por nos apresentar uma breve, mas estimulante, amostra daquilo que nos espera durante a próxima semana no festival.

Mais sobre a sessão de abertura aqui na Rua de Baixo.

sexta-feira, março 14, 2014

MONSTRA 2014


A animação volta a ser rainha durante uma semana.

Continuo a achar que este é o festival que mais procura discutir outras expressões artísticas de forma a misturá-las com a linguagem da animação. Faz sentido se nos recordarmos que esta é uma arte que nasce do experimentalisto.

Mais sobre o festival aqui.

segunda-feira, março 10, 2014

Séries aos Quadradinhos #1


Cada vez mais a invasão da banda desenhada se faz sentir também no mundo televisivo. Com o aumento de interesse no número de adaptações para o pequeno ecrã, decidimos elaborar no TVDependente uma lista com as nossas propostas, na esperança que alguma estação de TV leia isto e siga os nossos desejos… ou então foi só porque precisávamos de uma desculpa para falar de BD por aquelas bandas.

De qualquer das formas, passem por lá e espreitem. É só clicar na imagem.

terça-feira, março 04, 2014

Preacher: Gone To Texas


Comecei a ler "Preacher" há uma série de anos atrás. Depois com o tempo e as longas pausas (quero ler isto em papel) cheguei a um ponto em que para continuar a ler tinha de voltar ao início. Não queria continuar a história não me recordando de certos pormenores. Ora isso atrasou ainda mais a leitura.

Agora voltei à carga e comecei a reler a série. Posso já afirmar que a saga de Garth Ennis e Steve Dillon envelheceu muito bem. O impacto mantém-se e passar o teste do tempo será talvez o maior desafio de todos. "Preacher" passou com distinção. É um daqueles casos maravilhosos em que o argumento e o desenho estão em perfeita sintonia.

"Preacher" é um trabalho provocador, inteligente e negro, muito negro. Mas mesmo na mais escura das noites é possível encontrar luz e aqui não é diferente. Temos de ser Homens bons porque já há muitos maus no mundo.

 Ennis como é bem conhecido não tem problemas em discutir seja que assunto for. É um homem sem preconceitos ou vergonhas. Portanto a forma como pega no ópio do povo - a religião - poderá chocar muitos (ainda bem que aceitaram publicar isto) mas é uma abordagem muito interessante, educativa e completamente distinta de tudo o que já vi.

 Neste primeiro livro as regras são-nos apresentadas logo ao início (basicamente podemos esperar tudo) onde nos contam a história de Génesis uma entidade que nasceu do amor proibido entre um Serafim e uma diaba. Um ser tão poderoso que poderá rivalizar com o próprio todo poderoso. Devido a uma série de acontecimentos perturbadores Jesse (que contém dentro de si Génesis), Tulip e Cassidy partem numa demanda em busca de Deus para lhe pedirem satisfações (parece que ele se foi embora do céu).

 Durante essa pesquisa o trio envolve-se numa história de um perturbador serial killer. O resultado é mesmo muito bom.

Grandes personagens, grande atmosfera e uma escrita em que cada diálogo pode ser um soco no estômago. Quanto a Jesse, graças a Génesis, possui "a palavra do Senhor", ou seja, tudo que disser com essa entoação será cumprido. Jesse terá de aprender o quão perigosa podem ser as palavras... literalmente.

Já agora a todos aqueles que viram o "Twilight" e disseram que era impossível um vampiro ser espectacular sem ter os dentes afiados, só vos quero dizer que estavam enganados.